segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Viajando pelo sul do Sul...


        Saímos da região de Porto Alegre com seu relevo planáltico desgastado, apresentando seus morros característicos, em direção ao Chuí, cidade mais meridional do nosso país, onde o relevo se mostra mais plano, com seus baixios que formaram as lagoas e, na sequência, o extenso litoral gaúcho.
Mapa Político Rio Grande do Sul

Mapa Físico do Rio Grande do Sul


    Durante o trajeto, vale a pena observar a rica fauna da região, com muitas aves, como os matracões, biguás e  mergulhões, além de outros animais como as capivaras, os jacarés de papo amarelo, ratos do banhado, lontras e o tamanduá-mirim. 
Biguás



      A vegetação típica dessa área é composta por aguapés, juncos e gravatás, mas há matas nativas no entorno.                

Gravatá



      A visão da Lagoa dos Patos nos faz lembrar sua importância tanto econômica quanto ecológica, pois forma um conjunto hídrico que serve de área de criação, alimentação e reprodução para a grande parte dos peixes do litoral sul do Brasil e de local de refúgio e reprodução de outras tantas espécies animais. É de extremo valor para a irrigação, especialmente da cultura do arroz, além do turismo, lazer e navegação, já que as lagoas vizinhas a ela formam um conjunto lagunar costeiro único, alimentado por vários rios afluentes, que se conecta ao mar. É considerado o maior reservatório de água doce da América Latina. A população ribeirinha se beneficia da pesca de camarões e peixes.  


Mapa da Lagoa dos Patos
  

Lagoa dos Patos  - vista aérea





      Chegamos a Pelotas, conhecida por seus doces de herança portuguesa, deliciosos e famosos como a “Fenadoce”, Festa do Doce, que acontece em junho. Mas a cidade surgiu na verdade, pelo sabor do sal que cobria o charque produzido na região, nas charqueadas. O desenvolvimento dessa indústria do charque, que abasteceu outras regiões do país, enriqueceu muitas famílias pelotenses ilustres. Seus filhos participaram de momentos muito importantes do país, como a Guerra do Paraguai e a própria Revolução Farroupilha. E a indústria que iniciou com o charque, se desenvolveu e trouxe progresso e fama à Princesa do Sul. A cidade foi considerada por muitos anos como a verdadeira capital econômica da província rio-grandense.


Pelotas



Doces de Pelotas






    Nossa próxima parada é a cidade de Rio Grande, primeira cidade do estado a ser fundada. O núcleo surgiu como um forte erguido para defesa da localidade portuguesa e, a partir de então, ficou conhecido como Freguesia de São Pedro do Rio Grande, tornando-se vila em seguida. Atualmente, Rio Grande detém grande valor econômico, devido ao único porto marítimo do estado, que serve de plataforma comercial internacional para nossas exportações e importações, por onde passam cargas do Mercosul.



Porto de Rio Grande


         A Estação Ecológica do Taim, localizada no extremo sul do Brasil, foi criada em junho de 1979, ocupando uma área de 34.000 hectares (70% no município de Santa Vitória do Palmar e 30% em Rio Grande). Com a finalidade de preservar um grande número de animais e vegetais distribuídos em banhados, campos, lagoas, praias arenosas e dunas litorâneas, serve ainda de berçário para aves migratórias, provenientes da região Ártica ou Antártida. Há várias espécies de animais como capivaras, ratões, jacarés, tartarugas, garça vaqueira, mergulhões, entre outras. Entre os representantes da flora, encontramos corticeiras, bromélias, quaresmeiras e figueiras.



Estação do Taim


      O relevo onde se encontra o Taim é de falésia, ou seja, de antiga formação montanhosa que foi sendo desgastada pelos ventos e pelas águas do mar e das lagoas. Em sua volta existe hoje uma planície abundante em sedimentos, que é responsável pela fertilidade dos solos e das águas que servem de refúgio para os animas que habitam a região.

Reserva do Taim

        Finalizamos nossa viagem nos muros do Forte de Santa Teresa,  na cidade de Castillos, Uruguai.  A fortaleza teve sua construção iniciada em 1762, para servir de linha de defesa da fronteira portuguesa contra os espanhóis que vinham  da Colônia de Sacramento,  em direção à vila de Rio Grande. Tomado ainda durante sua construção, em 1763, o local serviu de posto de guarda e defesa espanholas por vários anos, até que foi retomado pelos portugueses, após a anexação da Província Cisplatina, em 1822.  Contudo, em 1825, iniciou-se nova luta pela independência Cisplatina, e, em 1828, o forte retornou ao comando uruguaio. A partir de 1852, após a assinatura dos tratados fronteiriços brasileiros, passou a pertencer, por direito, inteiramente ao Uruguai.  
        Hoje é considerado monumento nacional.  De formato pentagonal irregular, tem muralhas duplas feitas em pedra, que devido a um tipo de líquen existente na região, tomaram um tom alaranjado  característico. Ao redor do terrapleno, ao abrigo das muralhas, estavam distribuídas as edificações: Casa do Comandante, Capela, Quartel dos Oficiais, Casa da Pólvora, Quartel da Tropa, Cozinha e Depósitos de mantimentos, além de diversas  oficinas. Entre os prédios e a muralha havia espaços reservados à guarda dos cavalos.
         O Forte encontra-se em ótimo estado e deve ser aproveitado como atração turística, pois evoca parte de nossa história também. Sua localização, no Parque de Santa Teresa, é itinerário obrigatório para quem visita a região, que apresenta lindas praias, paisagens encantadoras e uma ótima infraestrutura, incluindo camping e restaurante.



Forte de Santa Teresa - vista aérea




Vista lateral do Forte de Santa  Teresa



quinta-feira, 10 de novembro de 2011

De Porto Alegre ao Chuí

Iniciamos a viagem, saindo de Porto Alegre, nossa amada Portinho, indo em direção ao sul, no extremo Sul do Brasil.